Com o fim das eleições municipais, dois partidos podem firmar laços e criar relações para andarem juntos. Desta vez, a aliança pode se dar entre o PSB e o PSDB em São Paulo
A relação entre os dois partidos é tentadora que os socialistas são cotados para concorrer a vice em uma chapa encabeçada pelo atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pela Presidência da República. Em todo o Brasil, o PSB foi o terceiro partido mais votado no primeiro turno, com 8,3 milhões de votos.
“Considero a candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência muito importante, mas acho que isso tem que ser colocado mais à frente, quando o cenário estiver mais claro”, afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Caso a relação entre os dois partidos se confirme, a decisão pode trazer sérios efeitos para o diretório do PSB na Bahia, já que os baianos são aliados do governador Rui Costa (PT). Apesar das especulações, o presidente da legenda em Salvador, Waldemar Oliveira, não acredita em uma retaliação e pedido de afastamento dos petistas pela cúpula nacional.
“Nós temos hoje uma parceria estabelecida com o governador Rui, creio que se manterá. Com relação a nossa posição de militância do PSB aqui na Bahia, até hoje não sofremos qualquer tipo de pressão para nos afastarmos do governo petista. Não houve pressão nacional para a gente romper esse acordo, mas claro que cada situação será analisada à luz do presente. Essa hipótese, que não passa de uma possibilidade, muito em função de nós ocuparmos a vice- governadoria do Alckmin em São Paulo, que foi uma coisa muito mais específica, isso não se espalhou nacionalmente, ficou circunscrita a São Paulo. Agora, se por acaso se concretizar, nós teremos que analisar à luz de uma realidade. O que há hoje é que estamos com o governador, é de conhecimento do nacional e não houve nenhum tipo de retaliação”, explica o presidente estadual do PSB.
“A eleição vai acontecer apenas em 2018 e acho que ainda é muito cedo para discutir isso. Isso é tudo especulação. Acho que o PSDB está muito mais próximo do PMDB e do DEM do que do PSB. O PSB está aí. Recentemente um grupo de companheiros marcou uma reunião para discutir essa questão. Isso não está pacificado, fazer qualquer composição com o PSB, isso não foi nem é objeto de discussão. É muito embrionário. Desconhecemos qualquer entendimento, qualquer conversa nesse sentido”, afirma Waldemar.
A ameaça de ruptura entre PSB e PT já foi ventilada outras vezes. Logo após as eleições, a decisão chegou a ser levantada, muito por conta do apoio que o candidato a prefeito de Ilhéus pelo partido recebeu do prefeito de Salvador, ACM Neto. Na ocasião, Waldemar negou também a possibilidade de mudar de lado. “A relação entre PSB e PT é de afinidade, uma insatisfação aqui, outra ali, mas que é normal do processo eleitoral, mas nada grave”, reforça.
O discurso de Waldemar segue a mesma linha como pensa o vereador Sílvio Humberto, líder da oposição na Câmara de Salvador.
Imagem: Montagem/Reprodução Site Jogo do Poder