
Quase meio milhão de aposentados e pensionistas já declararam não reconhecer os descontos aplicados em seus benefícios pelo INSS. Segundo o próprio presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior, até às 16h desta quarta (14), 473 mil pessoas abriram contestação por descontos indevidos de associações. No total, 9,4 milhões de beneficiários foram notificados.
A devolução prometida ainda é incerta. Se as entidades não devolverem o dinheiro em 15 dias úteis, o governo Lula cogita usar recursos do Tesouro ou até da própria Previdência Social para cobrir o rombo de pelo menos R$ 5,9 bilhões, uma sangria absurda nas contas públicas que penaliza justamente os mais frágeis.
O escândalo expôs também uma rede de perfis falsos nas redes sociais que tentam aplicar golpes usando a estrutura do INSS. Os criminosos se passam por canais oficiais e arrancam dados sensíveis dos aposentados, como CPF, documentos e número do benefício, para aplicar novos golpes, inclusive consignados fraudulentos. Enquanto isso, o governo petista ainda não sabe nem de onde vai tirar o dinheiro para reembolsar os idosos.
A devolução virou um enigma fiscal e político, revelando uma gestão que parece perdida diante do próprio desastre que criou.
Tudo começou com manobras no Congresso. Em 2019, durante a tramitação da MP 871, partidos da esquerda (liderados pelo PT, PCdoB, PSB e outros) apresentaram mais de 250 emendas para afrouxar a fiscalização e a revalidação dos descontos das associações nos contracheques dos aposentados. A regra anual virou revisão a cada três anos. Depois, o próprio Congresso eliminou qualquer exigência de revalidação, escancarando a porta para abusos.
A narrativa do PT de que tentou proteger os mais pobres é desmentida por documentos, emendas e pela história da tramitação.
O que se vê agora é um rastro de destruição deixado pela conivência do Estado com entidades suspeitas, protegido por acordos políticos e blindado pela ineficiência da gestão petista. O governo Lula, mais uma vez, se mostra incapaz de proteger os idosos do país e ainda transfere o prejuízo bilionário para o próprio povo.
O Brasil assiste estarrecido ao roubo de aposentados sendo tratado como problema secundário: sem urgência, sem transparência e com a velha ladainha de sempre para encobrir um crime contra quem já deu tudo por esse país.