Diante do escândalo que envolveu seu nome, o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima decdiu encerrar suas declarações sobre as denúncias que resultaram em sua demissão do cargo do alto escalao do governo Temer.
Ele apresentou em reportagem ao Jornal O Estado de São Paulo cheques em seu nome e de empresas que usam suas iniciais (GVL) e a de seus pais (MA) para reforçar que investiu no apartamento 2301 do Edifício La Vue, na capital baiana. Sua intenção é desfazer afirmações de que seria sócio oculto do empreendimento.
O ex-ministro diz ter assinado a promessa de compra e venda do imóvel “em meados de 2014” e já ter pago R$ 1,9 milhão pelo apartamento – mais R$ 1 milhão seria pago em duas parcelas de R$ 500 mil, uma este ano e outra no final de 2017, na entrega das chaves.
Apesar do investimento, seu nome e o das empresas citadas por ele não aparecem na ata da convenção do condomínio assinada em setembro de 2015. Conforme Geddel, porque era uma promessa de compra e venda, ainda que o pagamento já tivesse sido efetuado. “A empresa de minha prima está lá na ata e ela desistiu da compra”, afirma.
Para se defender das acusações, o ex-ministro disse que vai apresentar os documentos à Comissão de Ética da Presidência e ao MP.
“Não vai fazer que nem o (Marcelo) Calero não, hein?”, brincou, ao citar o ex-ministro da Cultura, que afirma ter gravado conversas em que Geddel o teria pressionado a aprovar o empreendimento fora das regras do Iphan. O caso culminou com o pedido de demissão de Geddel na última sexta-feira, acompanhado de perto por jornalistas e manifestantes em frente ao prédio onde mora, na Bahia.
Geddel diz não saber o que será feito do empreendimento após a suspensão das obras por decisão da Justiça. “Quero sarar o lombo e pensar no que fazer daqui para a frente”, disse Geddel.
Foto: Reprodução/TV Bahia/Rede Globo