
A fuga espetacular de dois detentos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, revelou mais do que a audácia dos criminosos. Investigação da Polícia Federal desvendou uma intrincada rede de apoio, financiada pelo temido Comando Vermelho, operando para assegurar a sobrevivência e mobilidade dos fugitivos. Rogério da Silva Mendonça, o “Martelo”, e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, encontraram nas áreas rurais um refúgio temporário, graças à assistência que vai de alimentação a transporte, e possivelmente, armamento.
Os eventos tomaram um rumo crítico quando, em 16 de fevereiro, os fugitivos fizeram contato com membros do Comando Vermelho e familiares, enquanto mantinham uma família refém. Essa conexão foi crucial, pois logo receberam auxílio de um homem de Mossoró, suspeito de pertencer à facção e com um histórico criminal que reforça essa suspeita. Este homem não só resgatou “Martelo” e “Tatu”, mas também os encaminhou para uma localidade próxima a Baraúna, marcando o início de uma jornada clandestina que os levaria até o Ceará em busca de armamentos.
A captura desse indivíduo em 21 de fevereiro desencadeou uma série de descobertas. Investigações posteriores revelaram que ele não estava sozinho nessa operação de apoio. Ronaildo Fernandes, um mecânico, emergiu como peça chave ao transportar os fugitivos até Baraúna e prover recursos essenciais para a continuidade da fuga.
A “generosidade” do Comando Vermelho não conheceu limites, remunerando Fernandes com R$ 5.000 pela colaboração, um pagamento que veio de um criminoso com um vasto currículo de delitos.