
O INSS foi tomado por uma avalanche de reclamações: mais de 1,2 milhão de aposentados e pensionistas denunciaram descontos indevidos em seus benefícios entre janeiro de 2023 e o primeiro semestre de 2024. A Controladoria-Geral da União revelou que sindicatos e associações vinham abocanhando bilhões em mensalidades não autorizadas.
Só em 2023, os descontos saltaram de R$ 536 milhões para R$ 1,3 bilhão — e a projeção para 2024 chega a um escandaloso R$ 2,6 bilhões. Em setembro, uma auditoria comprovou que 97,6% dos entrevistados não autorizaram os descontos, e quase todos sequer sabiam que estavam filiados a alguma entidade.
A Polícia Federal e a CGU investigam o esquema por meio da “Operação Sem Desconto”. O próprio relatório oficial aponta que mais de 70% dos prejudicados não sabiam que estavam sendo descontados e que muitos nem sequer sabem como cancelar esse tipo de cobrança.
O plano de devolução do dinheiro foi anunciado, mas ainda sem data definida. Enquanto isso, milhares de brasileiros seguem com seus pagamentos mutilados em plena crise econômica aprofundada por um governo omisso.
Apesar de uma instrução normativa ter sido publicada em março de 2024 exigindo biometria e assinatura eletrônica para validar novos descontos, o governo federal só começou a implantar as mudanças quase um ano depois. A proteção aos beneficiários só ficou no papel, enquanto sindicatos aliados ao PT seguiram faturando alto.