
“Estamos tendo a oportunidade de promover um debate amplo e múltiplo com os principais atores do Carnaval que nos trouxeram sua preocupação com os tributos, a captação compartilhada, o direito de arena e muitos temas que precisam ser discutidos com o governo estadual e municipal e farão parte do relatório final deste evento”. Deste modo, o vereador Moisés Rocha (PT) resumiu o a importância do Panorama Carnaval, evento promovido pela Câmara Municipal de Salvador, por meio da Comissão Especial do Carnaval, realizado nesta segunda e terça-feira (5 e 6), no Bahia Othon Palace, em Ondina.
O evento, que está em sua segunda edição, tem o objetivo de reunir propostas capazes de revitalizar a maior festa de rua do planeta. A relatoria ficou sob responsabilidade do vereador Kiki Bispo (PTB) que reunirá os temas discutidos em um documento que será entregue ao governo estadual e à Prefeitura de Salvador, para que analisem as sugestões a tempo de implantar mudanças para o Carnaval 2018.
“Essa é uma forma democrática de se discutir este tema e passar para os poderes Executivos como é a festa ideal para os diversos setores que a fazem: folião, artistas, empresários, produtores e patrocinadores”, destaca o relator Kiki Bispo. “Precisamos criar o ambiente necessário para que o Carnaval volte a ser uma grande festa e Salvador possa colher subsídios, sobretudo, do ponto de vista econômico”, pontua o vereador.
Debate
A programação da manhã foi aberta pela mesa-redonda “Modelo de negócio – custo Salvador”, que foi mediada pelo presidente da Comissão do Carnaval, Moisés Rocha, e contou com a participação do secretário estadual de Turismo, José Alves, do presidente da Empresa de Turismo de Salvador, Isaac Edington e do presidente da Associação Brasileira de Entretenimento – Bahia (ABRE-BA), Clínio Bastos.
Isaac Edington defendeu a gestão que a prefeitura e apresentou os números da festa deste ano. “Temos procurado investir em novas opções, mas sempre valorizando todas as manifestações culturais”, pontuou o titular da Saltur. O secretário estadual do Turismo, José Alves, destacou que um dos problemas da crise da festa é a forma como tem sido “vendida”. “Temos estudos que mostram o perfil dos foliões que vem a Salvador. Precisamos retomar o trabalho que já vinha sendo feito de forma conjunta entre governo e empresários com a participação em feiras e eventos por todo país”, afirma o secretário. “Não basta sermos bons. Temos que divulgar isso”, concordou Clínio Bastos, da ABRE-BA.
A segunda mesa-redonda do dia, “Carnaval, Cultura e Entretenimento”, foi presidida pela vereadora Marcelle Moraes (PV) e foi composta pelo secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, o presidente do Ilê Aiyê, Vovô do Ilê e o sócio do Camarote Club, Ney Ávila.
Vovô do Ilê disse que o Carnaval de Salvador não valoriza a cultura afro. “Os dirigentes ou são racistas ou capitalistas porque os blocos afros estão cada vez mais sem espaço. O que é valorizado é o axé e pagode que agora ainda concorrem com o sertanejo. Além disso, o patrocínio das cervejarias nunca é voltado para o artista local”, criticou o presidente do Ilê.
Ney Ávila falou sobre a alta tributação dos eventos. Para o empresário, deve-se discutir a isenção fiscal para incentivar a realização de eventos na cidade. O presidente do Conselho do Carnaval (Comcar), Pedro Costa, defendeu a volta da discussão sobre o direito de arena. O dirigente lembrou que este direito já existe em São Paulo e Rio de Janeiro e que esse seria um dos dispositivos capazes de ajudar no financiamento dos blocos e entidades.
A programação segue no turno vespertino com os debates sobre captação compartilhada e cultural. Participaram das discussões da manhã os vereadores Henrique Carballal (PV), Felipe Lucas (PMDB), Marta Rodrigues (PT) e Suíca (PT) e diversos representantes do setor e artistas.
Fonte: Secom/CMS