O sepultamento do corpo do cardeal e arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, acontece nesta sexta-feira (16), na Catedral da Sé, no centro de São Paulo.
A cerimônia de sepultamento terá início as 15h, com uma missa de corpo presente presidida pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.
Após a missa, o corpo de dom Paulo será conduzido para a cripta, localizada no subsolo da catedral onde foram sepultados 11 bispos, dois arcebispos, o cacique Tibiriçá, que foi catequizado por jesuítas; o regente Feijó e o padre Bartholomeu de Gusmão, que ficou conhecido pela invenção de balões.
“Às 15h, daremos início à última celebração, que será de despedida. Haverá algumas homenagens e depois teremos a missa e, no final, faz-se uma oração de encomendação a Deus, como dizemos, do falecido. Em seguida, é transportado para a cripta, onde será tumulado, com o jazigo já pronto dentro da cripta”, explica dom Odilo à imprensa.
O corpo será conduzido para a cripta por seis padres. A cerimônia será reservada ao público, com a presença apenas de arcebispos, bispos, autoridades e parentes. Após o sepultamento, a cripta será aberta para o público.
“Apenas concluído o trabalho de fechamento do túmulo, já certamente será aberta a cripta para visitação”, disse dom Odilo. Conforme o cardeal arcebispo, a catedral deve se organizar, nos próximos dias, para manter a cripta aberta para visitação. “Naturalmente vai ter maior interesse de visita à cripta, agora que haverá ali o túmulo de dom Paulo. A catedral vai se organizar para poder atender adequadamente as pessoas”.
Dom Paulo será o terceiro arcebispo e o primeiro cardeal a ser sepultado no local. O último a ser enterrado no local foi dom José Gaspar d’Afonseca e Silva, morto em 1943.
O velório de dom Paulo começou às 20h de quarta-feira,14, e ocorre sem interrupção até a tarde de amanhã, quando será feito o sepultamento. A cada duas horas serão realizadas missas, totalizando 23 missas de corpo presente. No intervalo das missas, as pessoas poderão se aproximar do corpo para as despedidas e orações.
Dom Paulo Evaristo Arns é reconhecido com um líder religioso que resistiu no combate a ditadura militar nos anos 60 e 70, no apoio aos militantes políticos que lutaram contra o regime de governo à época e contribuiu para a instalação da democracia e das Diretas Já no Brasil. O cardeal e arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo deixa um grande registro de dedicação a sua vida sacerdotal e de luta pela democracia que fica marcado para sempre na história da Igreja Católica e na história política do país.
Foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil