
“Privatizar a Chesf é vender o Rio São Francisco!”. Com essa bandeira, o Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia) e outras entidades do setor elétrico estão em campanha contra a proposta do governo federal de privatizar a Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Salvador de segunda-feira (20) dois dirigentes da entidade, Raimundo Lucena e Paulo de Tarso, ocuparam a Tribuna Popular para pedir o apoio dos vereadores à luta em defesa da Chesf.
“Viemos aqui pedir o apoio dos vereadores de Salvador, a exemplo do que já fizemos em outras cidades e até na Assembleia Legislativa, onde foi realizada audiência pública”, frisa Lucena, ao classificar como um absurdo a tentativa do governo federal de privatizar o setor elétrico. Com 30 anos de trabalho na Chesf, ele fez um histórico da importância da Companhia, que mantém, entre outras unidades, a Hidrelétrica de Sobradinho, o complexo de Paulo Afonso, a Usina de Xingó, duas usinas no Sul da Bahia e 111 subestações de transmissão de energia.
Lamparinas
A privatização, conforme Paulo de Tarso, colocará em risco a política de universalização da energia: “Se o sistema for entregue para o setor privado, só terá energia quem puder pagar cinco vezes mais o valor atual da energia”. Criticando a posição do governo federal, ele a classificou como “açodada” e com o objetivo de “equilibrar a meta fiscal”.
O sindicalista alertou para o que aconteceu com a privatização da Coelba, “que elevou o custo da energia no Brasil ao quinto maior do mundo”. E frisou: “Parece que o governo está rendido aos interesses do capital privado internacional”.
Para os vereadores Hilton Coelho (PSOL), Marta Rodrigues (PT) e Hélio Ferreira (PCdoB), a ameaça de privatização da Chesf está incluída na política de retirada de direitos da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Eles parabenizaram o Sinergia e demais entidades pela defesa do setor elétrico, estratégico para o desenvolvimento do país.
“Se essa ameaça for concretizada vai precarizar ainda mais as políticas públicas de energia, como o Luz para Todos. As pessoas de menor poder aquisitivo vão voltar ao tempo das lamparinas”, declara Hélio Ferreira.
Fonte: Secom/CMS