Taíssa Gama: “a violência contra a mulher, partindo de um homem, é de uma extrema covardia”

Crédito: Mathias Jaimes/Axé Notícias

Em entrevista ao Axé Notícias, na tarde de terça-feira (30), em seu gabinete no Centro da Cidade, a titular da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), secretária Taíssa Gama, tratou de diversos assuntos, entre eles, violência contra a mulher, projetos de inclusão social para crianças e adolescentes em situação de risco e política em geral.

Confira a íntegra da entrevista que o TV Servidor repercute a seguir:

Um assunto que está sendo muito discutido e debatido é a violência contra as mulheres. A senhora, enquanto títular da pasta, qual é a sua visão?

Taíssa Gama – É uma pauta muito importante que tem sido discutida muito nos últimos tempos, porque os números tem aparecido, devido às campanhas que a gente vem fazendo no Disque Denúncia. Esses números, não é que eles aumentaram, mas estão aparecendo. A gente tem feito ações educativas para que esses números venham a diminuir e, até, sumir. A gente está fazendo um trabalho de políticas públicas, justamente, para que a violência não venha a ocorrer e, uma vez que ela ocorra, a gente, com os nossos serviços da secretaria, venha atender a esses mulheres vítimas de violência nos dois espaços que a gente tem. Um é o Centro de Referência Loreta Valadares, que a gente costuma comparar como uma clínica onde tem o serviço de psicólogo, de assistente social e de pedagogo que atende também as crianças que vão junto como as mães, e a Casa de Acolhimento Irmã Dulce, que é quando a mulher precisa quebrar o vínculo com o agressor e não tem para onde ir. Ela fica acolhida até 15 dias com os seus filhos até 12 anos de idade nessa casa de acolhimento. A gente procura fazer ações para que não aconteça e, uma vez acontecendo, a gente também tem como servir a essa mulher.

Na condição de mulher, não de secretária, mas de mulher, como a senhora encara essa violência contra as mulheres? 

Taíssa Gama – Eu sou contra a qualquer tipo de violência, inclusive, contra a infância e juventude, que é um dos viés da pasta, mas contra a mulher, partindo de um homem é de uma extrema covardia pela falta de força física diferenciada do homem para a mulher e outras coisas que envolvem, como a violência emocional de submissão, muitas coisas que a gente possa vir a discutir, porque não é só violência física. Hoje em dia, a lei envolve vários típos de violência. Em relação a rede de proteção, a gente trabalha em uma conjuntura muito forte nessa rede de proteção. Aqui em Salvador, principalmente, a gente tem uma relação muito forte com o Ministério Público que nos ajuda, o Tribunal de Justiça com a Ronda Maria da Penha, que é um orgulho pra nós da Bahia com a major Denice à frente e com a Prefeitura. A gente tem uma rede de proteção que é muito forte. E também a Defensoria Pública que nos ajuda na orientação jurídica que a gente presta no Centro de Referência Loreta Valadares com orientação, mas quem faz a advocacia para essas mulheres é a Defensoria Pública. No Carnaval, a gente acolheu uma mulher com dois filhos. Ela era HIV Positivo e os filhos também, só que na hora da agressão, ela saiu de casa sem nada e o coquetel de remédio dela e dos filhos ficou na casa. Só que a chave da casa estava na mão do agressor que estava preso na DEAM. O que foi que a gente fez. A gente chamou a Ronda Maria da Penha que foi até o agressor na DEAM, pegou a chave da casa e junto com a assistente social nossa na casa de acolhimento foi com a assistida pegar o coquetel. Terminou essa rede de proteção funcionando como um todo e dando tudo certo no final. Ela pegou o remédio dela e dos filhos e continuou assistida até o dia do desligamento da casa.

A senhora citou a Operação Ronda Maria da Penha. Como é a participação efetiva da Prefeitura nesta operação?

Taíssa Gama –  A gente tem junto com a Ronda Maria da Penha toda a proteção da mulher que já está com as medidas protetivas firmadas. Ela tem essa gerência diante dessas medidas e com a gente encaminha, quando é em caso de flagrante, direto para a nossa casa de acolhimento, senão encaminha para o Centro de Referência Loreta Valadares para que essa mulher seja atendida.

A gente sabe que o Esporte e ações de Incentivo à Cultura são fundamentais no quesito inclusão social. Quais são as ações de secretaria neste sentido?

Taíssa Gama – Na nova estrutura do prefeito, quando foi criada a nova secretaria, a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), veio na estrutura o Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente (CMDCA) e neste conselho, a gente tem o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente. A partir do conselho que delibera e aprova os projetos que vem das comunidades e das associações para beneficiar esses moradores, a gente, uma vez deliberado pelo conselho, o Fundo repassa esse orçamento para os contemplados. A gente procura fazer com que toda a cidade do Salvador seja contemplada com vários projetos e que não fiquem projetos acumulados em uma só região e projetos que envolvam arte, teatro, música e esporte para que as crianças, no contraturno da escola, sejam atendidas para que elas não fiquem na rua e vulneráveis socialmente.

Rafael Santana

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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