Taíssa Gama repudia violência obstétrica: ‘a humanização durante a gravidez até o parto é muito importante tanto para as mulheres quanto para o bebê’

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

Uma das convidadas da audiência pública proposta pela vereadora Rogéria Santos (PRB) sobre Violência Obstétrica para discutir o ‘Papel do Poder Público no Enfrentamento da Violência Obstétrica’, a secretária Taíssa Gama, da Secretariia de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), engajada sobre a temática, disse em sua exposição que este é um assunto que os médicos não gostam muito de falar. “A gente precisa debater esse assunto. A gente não está chamando médico de violento, pois não é só o médico que faz a violência, mas a família também faz. A gente não pode afastar os médicos dessa discussão durante a gravidez até a hora do parto, porque os médicos podem ajudar muito as parturientes durante o processo pré-natal, porque a humanização durante o pré-natal é muito importante tanto para as mulheres quanto para o bebê”, disse Taíssa.

Na ocasião, a secretária elogiou a iniciativa  do projeto de lei, além de destacar a atuação parlamentar da vereadora Rogéria Santos, autora da proposta, que já existe em Santa Catarina e Salvador será a segunda cidade no Brasil a ter essa lei que institui a tipificação da violência obstétrica durante a gravidez até a hora do parto. “Fico feliz de ver uma vereadora atuante, com uma sensibilidade em relação às mulheres. Eu fui para um evento na defensoria pública sobre violência obstétrica e, por isso, que a gente traz esse termo, porque foi o primeiro contato que tive sobre essa temática na defensoria. Eu fiquei tão assustada com as coisas que eu vi, que liguei direto pra Rogéria para conversar sobre o assunto e após a gente conversar, em menos de um semana, ela já tinha entrado com o projeto de lei sobre violência obstétrica que já existe em Santa Catarina e Salvador será a segunda cidade do Brasil a ter essa lei. Vamos ser também pioneiros nisso graças a vereadora que tem sido muito sensível e competente, que tem um mandato de excelência em seis meses. Procurei Rogéria e ela falou que é um assunto que não pode ficar invisível por não ter uma lei, mas a gente vai trabalhar a fundo nisso. Eu fico feliz de ter uma lei que eu tenho certeza que vai ser aprovada, pela sensibilidade dos colegas do legislativo em defesa das mulheres. A gente sempre está na luta pelas mulheres. Eu digo que lutar pelas mulheres não é só levantar uma bandeira, mas é botar a mão na massa, como a vereadora fez, que em 10, 15 dias entregou um projeto de lei que defende as mulheres. A gente precisa trabalhar e fazer projetos, e projetos de lei, além de levar conscientização a essas mulheres. Em muitas cidades e países já tem essa lei e a vereadora Rogéria vai ser uma das pioneiras, aprovando esse projeto de lei tão importante para nós mulheres”, destaca.

Na condição de secretária, Taíssa Gama tem visto a vulnerabilidade de mulheres sobre a temática que trata da conduta. “Eu me coloco também junto com essas mulheres, porque temos que lutar pelas mulheres, pois eu vejo a dificuldade que as mulheres têm”, disse.

Taíssa falou da sua experiência pessoal na condição de mãe para sensibilizar os expositores e o público sobre o tema. “Eu tenho dois filhos. Eu optei por ter dois partos de cesárea. Foi uma opção minha, naõ foi do meu médico. Eu, desde do início, acho que do mesmo jeito em que a mulher pode escolher pelo parto normal, eu acho que ela pode escolher pela cesárea. Foi uma escolha minha desde o dia que eu descobrir que estava grávida e não tenho medo de ser julgada por isso, porque não tenho tolerância a dor e não me via tendo um parto normal, mas eu acho que a mulher tem que escolher e vejo muitas mulheres dizendo que acha um absurdo, mas a gente tem que respeitar por mais polêmico que seja, porque muitas sofrem em uma cesárea e queria ter normal e o contrário também existe. Eu coloco isso porque a gente precisa respeitar a vontade da mulher naquela hora, que é a hora mais maravilhosa que ela tem na vida, que é a hora de ter um filho”, conta.

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

“Eu sofri uma violência obstétrica, não pelo meu médico, mas na sala de cirurgia. Já estava anestesiada. Eu falei assim: eu estou com muito medo da anestesia e ouvi uma pessoa gritando e alguém da parte cirúrgica falando: minha filha, entrou, tem que sair! Com isso, bate aquele desespero nas mulheres que estão em situação de vulnerabilidade psicológica diante da cirurgia, porque é uma cirurgia. Quando se ouve isso, fiquei imaginando: meu Deus do céu, e agora? E ai vem outros dramas na hora do parto que a gente tem que passar, mas graças a Deus, eu consegui encarar, apesar de ser algo invisível aos nossos olhos, mas a gente quer ser melhor tratada humanamente. É um assunto que está invisível aos olhos das mulheres, porque muitas vezes, as mulheres passam por isso e não sabem que é uma violência e só vai perceber depois e, por isso, precisa ser esclarecido e deixar de ser invisível aos olhos da nossa cidade”, relata.

Taíssa relatou também, após participar de uma palestra sobre gravidez na adolescência, o discurso de uma adolescente que dizia que a violência começou na família, pelo fato da própria família não aceitar a gravidez da jovem. “Ela já teve a não-aceitação do pai, da mãe e do próprio namorado. Isso tudo vinha fazendo com que a cabeça dela não aceitasse bem a gravidez, mas ela falou: não, eu fiz e tenho que assumi. E depois veio o fato de dizer que ela não poderia ter parto normal devido a sua estatura, mas ela optou por ter filho em parto normal e ela conseguiu ter o filho. É o que eu digo, foi uma escolha dela, ela queria tentar, se ela não conseguisse, é como ela falou: vou até onde o médico disser. Mas, ela disse que os traumas que ela teve foram muito grandes, inclusive, com a família, o que não tem nada a ver com o médico, foi com a família. A gente tem que levar isso em todos os âmbito dessa discussão, não só médico, naõ só psicológico, mas também dentro ds comunidades e das famílias. A proposta é abrir essa conversa e chamar a sociedade civil para essa realidade da mulher na hora do parto pois a gravidez é um momento único na vida da mulher que precisa de um apoio famíliar, médico etc.”, relata.

Rafael Santana

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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11 Comentários

  1. Palato de ler escrito bem escrito e com ponto relevante à que gosto.
    O seu tem tudo isso e também por isso vou ler outro
    artigo agora.

  2. Passo pra assentir meu cumprimentos porque também sou blogueiro e sei como é difícil descobrir continuamente escrever bem como vejo aqui no seu texto.

  3. Sou um ledor quotidiano de muitos blogs e sites. O seu já está na minha lista para seguir.
    Congratulações pelo belo trabalho.

  4. Incessantemente leio sobre o objecto e também ultimamente sua postagem foi a que mas gostei.

    Espero que você continue à aprender e também também em contribuir para o tema.

  5. Também tenho um blog, o meu é sobre sege e também
    objecto do meio automotivo. O seu diário virtual está bastante organizado e também gostei
    muito de todo escrito que li.

  6. Acompanho de o prelúdios esse sítio e também estimaria de expor que concordo com muitas coisas aqui postadas.

    Saiba que me inspira pra ortografar.

  7. Você possui potencial de evoluir bastante pelo o que você
    tem aqui nesse sítio. Siga com seu trabalho.

  8. Veja muito, eu sou fundador do site Topdeluxo Acompanhantes.
    Eu comecei pela pesquisa de mulheres bonitas do Brasil e também vim suspender em seu sítio.
    Não me pergunte como hahaha.

  9. Adorei tudo que li. Usou apenas palavra boa de ler
    e tudo muito simples de apreender. Espero que faça mas escrito desta forma e também possa continuar com o trabalho.