O custo de uma corrida de taxi pode sair pela metade do valor a partir do momento em que o usuário do transporte possa compartilhar com outro passageiro o mesmo destino.
Essa mudança deve entrar em vigor a partir de janeiro com o uso de aplicativos em que permite o compartilhamento de roteiros e também uma pré-definição de preços por cada corrida solicitada pelos usuários.
A decisão da Prefeitura, mediante portaria publicada no Diário Oficial do Município, foi bem aceita pelos taxistas, que acreditam que agora poderão concorrer de forma mais efetiva com o aplicativo Uber.
Com uma frota de 7.200 veículos cadastrados na Prefeitura, o serviço de taxi em Salvador vem nos últimos meses enfrentando uma guerra comercial travada com os motoristas autônomos, que usam o aplicativo Uber para fazerem corridas mais baratas e compartilhadas com mais de um passageiro.
A Portaria nº 138/2016, foi publicada no Diário Oficial do Município e dispõe sobre o uso de aplicativo para exploração e prestação do serviço de taxi em Salvador, adaptando-a às necessidades do serviço, com o uso de novas tecnologias. De acordo com a Portaria, assinada pelo secretário de Mobilidade Urbana (Semob), Fábio Mota, os motoristas poderão fazer uso do tarifador (taxímetro) dinâmico da modalidade APP em corridas obrigatoriamente despachadas através de sistema informatizado e aplicativo credenciado na Prefeitura.
Pelo novo dispositivo, o taxímetro deve observar sempre o valor máximo das tarifas definidas pela Prefeitura, mas podendo ter variação de valor abaixo da tarifa oficial, em comum acordo com o operador do aplicativo. A Prefeitura estabelece que seis empresas administradoras de aplicativos se inscrevam para operar o sistema de taxi em Salvador. Com isso, cada taxista poderá oferecer um preço menor por corrida.
Concorrência
Para o secretário de Mobilidade Urbana de Salvador (Semob) Fábio Mota, o uso do aplicativo pelos taxistas só aumenta a eficiência do serviço e o torna mais competitivo. “É mais uma ferramenta para melhorar a qualidade do serviço e permitindo que sejam feitas corridas compartilhadas, de forma a baratear o custo para os passageiros dentro de um mesmo roteiro”, disse.
Mota negou qualquer alteração na política da Prefeitura em relação ao Uber, considerado até então como um meio de transporte clandestino pelas leis municipais. A fiscalização continua e em média 70 veículos têm sido apreendidos à cada semana. “Não há qualquer mudança nesse procedimento e a adoção de aplicativos pelos taxis não significa que o município se rendeu ao Uber. Ele continua sendo um meio de transporte clandestino e como tal é proibido”, afirma.
O diretor do Sindicato dos Taxistas de Salvador, Marcelo Rosas, disse que o uso do aplicativo começa em janeiro na categoria e que trata-se de um dispositivo dos mais modernos existentes no País. O free taxi, como é chamado, deve entrar em operação em janeiro e já está cadastrando taxistas.
Rosas diz ainda que com a portaria da Prefeitura, pelo menos seis empresas administradoras de aplicativos já se mostram interessadas. “Caberá à Prefeitura determinar qual a melhor e à cada taxista optar por uma delas”, disse.
Em Salvador são 7.200 taxis, que conforme a Semob, é o número proporcional determinado pela quantidade de habitantes. O diretor do Sinditaxi explica que a tarifa de R$ 4,81 pela bandeirada, é determinada pela Prefeitura com base nos cálculos do Ibametro (Instituto Baiano de Metrologia).
Para ele, a concorrência com o Uber, cuja tarifa chega a ser até 50% mais barata que a dos taxis, é ilegal e desproporcional. “Nós pagamos todos os impostos e nos sujeitamos às leis. Então que eles também, se submetam ás mesmas regras”, disse.
A partir de janeiro, quando deve estar em vigor o uso de aplicativos nos taxis de Salvador, a corrida, cujo valor inicial é de R$ 4,81 a bandeira, poderá ficar mais barata.
Esse valor, contudo, vai depender de cada motorista e dos possíveis descontos que venham a ser aplicados. O grande ganho para o usuário, contudo, será a possibilidade de dividir o valor final da corrida com um ou mais passageiro.
A Portaria nº 138/2016, da Semob, que entrou em vigor na última quinta-feira, determina que os taxistas que tiverem interesse na execução deste tipo de serviço, deverão se credenciar na SEMOB para que possam trafegar normalmente. Para tanto cada taxista deverá apresentar que tipo de aplicativo será utilizada, e o modelo de contrato de mediação da prestação do serviço firmado entre o operador do aplicativo e o permissionário.
Já o operador do aplicativo, previamente credenciado, deverá atender aos requisitos e especificações de controle e fiscalização, assumindo a responsabilidade e o controle das condições de prestação dos serviços aos usuários, em tempo real e conectadas ao Centro de Controle Operacional da SEMOB, sob pena de descredenciamento.
Uber
O aplicativo começou a ser usado na California, Estados Unidos, em 2009 e rapidamente se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil, em no Rio de Janeiro, em 2014. O Uber é uma empresa multinacional norte-americana, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano e que usa tecnologia em rede, através de um aplicativo E-hailing para Android e iPhone que oferece serviço igual ao táxi tradicional.
Foto: Joá Souza/Ag. A TARDE