A jornalista e influenciadora digital baiana Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, começou a ser ameaçada de morte após a denúncia que fez na última segunda (26), quando foi chamada de macaca.
Maíra publicou em suas redes sociais uma captura de tela de mensagens enviadas para ela através do celular do trabalho, onde foi ameaçada de morte. Além das mensagens, a jornalista informou também informou que recebeu ligações sendo ameaçada.
Após ser chamada de “monkey” (termo do inglês que significa “macaca”, em português) por um usuário do Instagram durante uma transmissão ao vivo, a jornalista denunciou na quinta-feira (1º), ter sido ameaçada de morte supostamente pela mesma pessoa. A jornalista, que é uma das colaboradoras do programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, relatou que o agressor conseguiu o contato de trabalho dela, ligou e mandou mensagens ameaçadoras via SMS. Ela fez um print das mensagens e postou em sua página na rede social Instagram. “Melhor vc para!! vc nao sabe quem quem tá falando. Pro seu bem me deixe em paz. Vou acaba com vc!!! Peguei onde vc mora e sei onde vc esta agora nesse momento. Vc nao passa de hj. Pode ficar sabendo. Sua macaca preta”, diz o texto das mensagens que Tia Má relatou ter recebido. Ao lado do print que postou, a jornalista fez um desabafo. “O racista não suportou a repercussão do caso, pegou meu contato de trabalho, me ligou e está me fazendo ameaças, enviando mensagens para meu celular de trabalho. A questão é que essa pessoa me ligou e eu salvei o número, vou encaminhar para a polícia! Ainda que eu morra, morrerei lutando pelo que eu acredito! Jamais vou me furtar do meu direito de seguir combatendo as mais diversas formas de discriminação. Não quer ser exposto? Não cometa crimes! Não vai me intimidar com ameaças!”, disse. Tia Má disse ao G1 que recebeu as mensagens ameaçadoras no celular quando estava pegando o filho na escola, pouco depois das 12h30. Logo em seguida, se dirigiu até a 1ª Delegacia, localizada no bairro dos Barris, em Salvador, para denunciar o caso.
“Para mim, o preocupante agora é a questão da ameaça. A gente costuma dizer que ‘cão que ladra não morde’, mas isso na realidade não é verdade, e as pessoas muitas vezes colocam as ameaças em prática. Isso é uma forma de coibir que alguém siga em frente na sua luta contra o racismo”, destaca. A jornalista disse ainda que não sabe como o agressor conseguiu o contato dela e que, ao ligar para ela, ele disse que ficou incomodado com a repercussão que o cometário racista feito por ele teve na imprensa. “Quando me ligou, perguntou se eu ia continuar dando repercussão a essa história e disse que queria que eu parasse. Disse que me chamou de macaca porque sou preta e que, se eu não parasse de denunciar, iria me matar”, disse a jornalista.
Fonte: A TARDE On Line e G1