
O colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectava Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO) pela BR-226, revelou mais uma tragédia anunciada no Brasil. Moradores e autoridades locais já haviam alertado sobre as rachaduras na estrutura, mas nenhuma medida foi tomada a tempo. No sábado (21), um vídeo divulgado por um residente denunciava a precariedade da ponte e a iminência de um desastre.
No domingo (22), enquanto um vereador registrava os danos visíveis, a estrutura cedeu, fazendo o vão central desmoronar e levando oito veículos ao rio Tocantins.
O acidente resultou na confirmação de duas mortes até a tarde desta segunda-feira (23): Alana, de 25 anos, e Marçon Gley Ferreira, de 42 anos. Além disso, 16 pessoas seguem desaparecidas.
A ponte, construída nos anos 1960, era parte do corredor rodoviário Belém-Brasília e essencial para a conexão entre os dois estados. Imagens do desmoronamento mostram a gravidade da situação, com veículos sendo engolidos pelos escombros enquanto os presentes gritavam em desespero.
A responsabilidade pela BR-226, rodovia onde a ponte está localizada, é do governo federal. Renan Filho, ministro dos Transportes, e Fabrício Galvão, diretor-geral do DNIT, ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a tragédia. A superintendência regional do DNIT no Tocantins é ocupada por Renan Bezerra de Melo, que já foi preso em 2017 por irregularidades na gestão de obras públicas.
A negligência no cuidado da infraestrutura rodoviária levanta questionamentos sobre a prioridade dada às obras essenciais no país. Moradores de Estreito e Aguiarnópolis agora enfrentam não só o luto, mas também a interrupção de um eixo vital para o transporte e a economia local.