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Como forma de homenagear as mulheres, em especial, as vereadoras pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, o presidente da Câmara, vereadora Leo Prates (DEM), abriu espaço para que a bancada feminina na Casa ocupasse a Mesa do Legislativo durante a sessão ordinária de terça-feira (7). Na ocasião, Leo Prates passou a condução e direção dos trabalhos para a vereadora Cátia Rodrigues (PHS), que presidiu durante os minutos finais de sessão. As vereadoras destacaram em seus discursos na tribuna do plenário, a luta em defesa pela igualdade de direitos e empoderamento da mulher.
As questões de gênero e o empoderamento da mulher foram os destaques discutidos pelas vereadoras em pronunciamentos na mesma sessão ordinária no plenário da Câmara, realizada na terça. As parlamentares ressaltam a necessidade das mulheres ampliarem a participação nos espaços de poder, com voz para decisões.
As vereadoras Catia Rodrigues (PHS), acompanhada das demais vereadoras Aladilce Souza (PCdoB), Ana Rita Tavares (PMB), Ireuda Silva (PRB), Lorena Brandão (PSC), Marcelle Moraes (PV), Marta Rodrigues (PT) e Rogéria Santos (PRB), comporam a mesa do Legislativo que o protagonismo do poder feminino para ficar marcado na história das mulheres na Câmara.
Com um mandato voltado para a defesa dos direitos das mulheres, Júlia, a presidente da Comissão de Direitos da Mulher, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), destaca a representatividade das mulheres no Legislativo Municipal e acredita que o empoderamento da mulher na política é o primeiro passo para tornar a política mais acessível.
De um total de 43 vereadores, oito são mulheres. Neste cenário, 18,06 % das cadeiras da Câmara Municipal de Salvador são ocupadas por representantes do sexo feminino. Em 20 anos de aplicação, as cotas de vagas para mulheres nos parlamentos brasileiros passou por aprimoramentos. Atualmente, a Lei Eleitoral (Lei 9.504/1997) prevê que o total de candidatos registrados por um partido ou coligação deve ser de, no mínimo, 30% de mulheres e, no máximo, 70%.
“A representação feminina na Câmara de Salvador é baixa. Afinal, as mulheres representam 53% da população da capital baiana”, destaca.
Para garantir espaço às mulheres no Legislativo, uma emenda ao Regimento Interno da Casa apresentada por Aladilce Souza assegura a cota de uma vaga na Mesa Diretora para representação do sexo feminino.
Vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e ouvidora-substituta, a vereadora Cátia Rodrigues (PHS) alertou sobre a necessidade de combater o machismo e conquistar espaços. “Temos conquistado muito, mas o caminho ainda é muito longo. Precisamos melhorar em vários aspectos. Na representação política e no mercado de trabalho ainda estamos muito aquém do que deveríamos. Mas com a união e a luta pela conscientização, tenho a certeza de que chegaremos lá”, argumenta.
Estrente no Legislativo, a vereadora Ireuda Silva (PRB) chamou atenção para a atual representação feminina na Câmara de Salvador muito tímida. A legisladora defende uma intensa luta contra a cultura machista. “Também é muito importante que os homens sejam acometidos pela sensibilidade feminina e que, enfim, abram espaço para as mulheres no poder”, defende Ireuda.
A vereadora Lorena Brandão (PSC) vê como “positiva” a composição da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres. “Sem nenhum homem, né? Estou muito esperançosa que esse colegiado seja muito efetivo, participativo, e que traga projetos importantes para a cidade”, pontua.
Novata na Câmara, a vereadora Marcelle Moraes (PV), destaca a mesa do legislativo ocupada somente por mulheres, o que demonstra a força da mulher no plenário. “Deveria ter todos os dias, pelo menos, metade da bancada”, cobra. Marcelle citou mulheres que lutam em defesa pela proteção aos animais. “Quero falar de mulheres que não foram citadas, que são as protetoras dos animais, que são a nossa maioria. É muito importante lembrar dessas mulheres que dão a sua vida inteira por seres indefesos. É extremamente importante que a gente possa lembrar delas e saudá-las, pois elas são exemplos para muitas mulheres”, elogia, ao ressaltar que mulheres devem fazer a diferença. “Nós mulheres precisamos sair um pouco do armário. Não é ficando em casa, cumprindo ordens e fazendo como era antigamente. Temos que colocar a nossa cara a tapa, mudar paradigmas, é mostrar para que nós viemos, pois temos muita competência de fazer tanto ou até mais que os homens. Nós somos seres iguais e nós queremo ser tratadas assim. A Câmara de Salvador tem mudado bastante. Hoje somos oito mulheres, mas ainda é muito pouco. A gente tem que aumentar esse número. A gente tem que começar a mudar isso. Isso depende de todos nós. O apelo que eu faço é: estimulem as suas mulheres a fazem carreiras progressoras e não só pensar em ser mãe, ser dona de casa. A mulher é muito mais do que isso e ela pode muito mais”, acredita.
Presidente do Partido da Mulher Brasileira (PMB) em Salvador, a defensora e protetora da causa animal Ana Rita Tavares saúda as “mulheres batalhadoras”. “Cumprimento a todas as mulheres. Em nome do PMB, homenageio as mulheres mães, trabalhadores, mulheres especiais. As estatísticas mostram que as mulheres são responsáveis pelo provimento da sua família e a elas rendemos todas as nossas homenagens. Dizer que dia da mulher é todos os dias. Os homens são felizes por estarem com os pés na terra porque tiveram uma mulher para dar à luz. A mulher é poderosa porque Deus lhe deu o dom da sensibilidade. Eu clamo pela presença de mais mulheres na política. Precisamos de mulheres na política. Essa é a mensagem do PMB. Conclamo as mulheres que venham para a política. E também, o meu mais expressivo abraço às mulheres que estão na proteção animal. Essas mulheres são verdadeiras abnegadas. São elas que fazem a política pública que não é feita pelos poderes públicos. Fica a minha mensagem e a minha alegria também de ver uma mesa composta por mulheres. Mulher mãe, mulher poderosa, mulher é mulher”, elogia.
Na mesma oportunidade, a também estreante no Legislativo, vereadora Rogéria Santos (PRB), disse em sua fala que Salvador é a cidade das mulheres. “Hoje, Salvador possui em sua população 53% de mulheres. Isso é um dado que a gente tem que levar muito a sério. A gente tem que respeitar não só por ser mulher, mas também vislumbrar que a mulher alia competência à excelencia e a uma sensibilidade que lhe é peculiar. A mulher consegue colocar sua essência para fora e transformar tudo aquilo que depende dela. Saúdo toda a mesa, a todas as minhas companheiras vereadoras e a minha querida amiga, deputada Tia Eron, presidente estadual do PRB. O PRB que hoje nesta Casa é representado por duas vereadoras. Isso é um fato histórico que vale a pena ser apontado. Que Deus nos abençoe e nos de força e coragem para prossegur nessa luta que não é fácil”, deseja Rogéria.
Agenda em defesa do empoderamento das mulheres
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de Março), a Câmara Municipal de Salvador promove uma série de ações e eventos neste mês em referência à data. Além de duas sessões e uma audiência pública que discute o tema, “estamos estimulando também as entidades representativas das mulheres a ocuparem a Tribuna Popular durante o mês de Março. E em data a ser marcada, ainda neste mês, serão votados uma série de Projetos de Lei e de Indicação que têm como tema questões inerentes às mulheres”, informa a presidente da Comissão da Mulher da Casa, Aladilce Souza (PCdoB).
A vereadora explica que as atividades têm a intenção de “chamar a atenção para o repúdio a todo o tipo de violência contra as mulheres e também por mais oportunidades no mercado de trabalho”. A vereadora também argumenta que as pessoas do sexo feminino, “em diversos casos, desempenham as mesmas funções laborais que os homens e recebem salários menores”.
Os debates e eventos da Câmara de Salvador sobre o tema serão iniciados com a audiência pública “Empoderamento da Mulher”, no auditório da Casa, no próximo dia 10, às 14h, de iniciativa é da vereadora Rogéria Santos (PRB).
Sessões Solene e Especial – No dia 17 de Março, no Plenário Cosme de Farias, às 09 horas, ocorre a Sessão Solene intitulada “Dia da Mulher”, de autoria de Aladilce Souza.
E no dia 23, também no plenário, será realizada a Sessão Especial sobre Políticas Públicas e Municipais Para a Inclusão da Mulher no Mercado de Trabalho.
Memória
A celebração do Dia Internacional da Mulher ocorre em memória da morte das 146 trabalhadoras de uma fábrica de Nova Iorque, num dos piores incêndios da história daquela cidade, onde tornou-se um dia internacional de luta e também de celebração.
Rafael Santana
