
A decisão de jogar o debate para uma próxima semana vem após uma sinalização do plenário de talvez evitar a discussão sobre os pontos mais polêmicos da reforma: a lista fechada para a escolha de candidatos proporcionais (deputados e vereadores).
O que se apurou é que os partidos de uma maneira geral são a favor de uma reforma política, mas, ao mesmo tempo, são contrários a uma reforma que está proposta.
Durante a tarde no plenário esperava-se ao debate acirrado sobre a reforma política e a lista fechada de candidatos. O que se viu foi um baixo quórum que não permitiu a continuidade da sessão no momento em que os vereadores apresentariam os prós e os contra com posições enfáticas ao microfone na tribuna do plenário da Casa.
“O sistema político está falido e do jeito que está não pode ficar. Entendo que temos que fazer ma mudança da melhor forma possível que seja levado em conta, sobretudo, a questão da democracia, de que forma será escolhido os representantes dentro dos partidos e, sobretudo, com a vontade soberana do povo, mas temos que discutir para que possamos amadurecer”, destaca o vereador.
Será a segunda vez que a Câmara Municipal de Salvador abre espaço para a discussão do tema. Após a realização da audiência pública, um documento oficial, com os principais temas, será extraído da ata do encontro, o qual deverá ser encaminhado ao relator, deputado federal Vicente Candido (PT) e ao presidente da Comissão da Reforma Política na Câmara dos Deputados, deputado Lucio Vieira Lima (PMDB).
O texto da reforma política que está sendo apreciado na Câmara é um projeto de lei, ou seja, exige maioria simples para ser aprovado – quórum de pelo menos 257 deputados e aprovação da maioria dos presentes – e votação em apenas um turno. Poderia ser aprovado em votação simbólica, mas como o tema é polêmico, o acordo feito prevê a votação fatiada. Só depois de concluída totalmente a votação na Câmara, o texto será remetido ao Senado. Se alterado pelos senadores, voltará à Casa.
Rafael Santana