ACM Neto decide recuar sobre projeto sobre Glauber Rocha

Crédito: Secom

Em conversa com a imprensa na manhã de terça-feira (14) , o prefeito ACM Neto (DEM) decide retirar da Câmara Municipal de Salvador (CMS) o projeto que prevê a devolução do Cine Glauber Rocha ao município, que o entregou ao Estado em 1973 em troca de participação na Bahiatursa. De acordo com informações de bastidores, o democrata nunca teve interesse real no cinema, mas manter sob a alçada da prefeitura o Teatro Gregório de Mattos, como já funciona.

Os rumores dão conta ainda de que existe um clamor no Legislativo pela retirada da matéria, que está na Ordem do Dia de hoje, mas tudo indica que a discussão não deverá acontecer. Ao ser questionado sobre o assunto, o vereador Téo Senna (PHS) limitou-se a falar em um adiamento do debate. “O acordo previa uma série de ações no local que o governo do Estado não fez, mas tudo se resolve no diálogo”, declarou.

Para a imprensa, o prefeito ACM Neto desconversou, mas ressaltou que não quer briga com o Executivo baiano. “Havia uma demanda por parte da Fundação Gregório de Matos que foi debatida diretamente com a Câmara de Vereadores por conta daquele sítio onde está o Teatro Gregório de Mattos. Nós requalificamos toda aquela área que dá acesso à Barroquinha. Eu não tenho interesse em gerir ou ter a propriedade do Glauber Rocha. O meu interesse é garantir que essa área, dentro do projeto que estamos desenvolvendo para o Centro Antigo, consiga ser dinamizada”, disse durante o lançamento do edital de licitação do BRT, informando que se reuniria com Fernando Guerreiro, presidente da Fundação, ainda essa semana. Mais cedo, antes do evento, Guerreiro foi visto deixando as instalações próximas ao gabinete do gestor.

O assunto foi tema da última Super Terça na CMS, e fez o clima esquentar quando edis da oposição ressaltaram a inviabilidade na revogação da lei de 1973. “É preciso entender o que está por trás dessa usurpação. É muita coincidência que esse projeto chegue quando ocorrem várias transações comerciais aqui. Quem garante que o Glauber vai continuar sendo cinema e teatro?”, questiona a vereadora Aladilce Souza (PCdoB). O Projeto de Lei nº 61/16 revoga a Lei nº 2.459, de 30 de janeiro de 1973, através da qual o Espaço Itaú Glauber Rocha e o Belvedere da Sé foram cedidos pelo município, através da Superintendência de Turismo de Salvador (Sutursa), à então Hotéis de Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa).

O vereador Moisés Rocha (PT) também acredita que o projeto que versa sobre o destino do Cine Glauber Rocha não será votado na Câmara Municipal de Salvador (CMS). Um dos maiores críticos da matéria, o petista disse que a atitude do prefeito ACM Neto (DEM) é a “mais coerente a ser tomada”.

“Se o prefeito diz que não quer criar atrito, é porque ele sabe que entrará em uma enrascada. Não existe retirar algo que foi passado lá atrás. Não houve doação, mas permuta com pagamento”, argumenta. A oposição chegou a apontar uma tentativa de favorecer a especulação imobiliária por trás da manobra do prefeito.

Comenta-se também que a mudança de cenário se deu após um acordo entre o Palácio Thomé de Souza e o governo estadual, que até então não teria conseguido a documentação necessária para sustentar o espaço como pertencente ao patrimônio baiano.

Fonte: Tribuna da Bahia

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