Em mais um trecho de entrevista ao jornal argentino Clarin, o juiz federal Sérgio Moro detalha como funciona a delação premiada a malfeitores, benefícios e riscos. “Existem delitos praticamente silenciosos: somente os protagonistas podem prestar testemunho sobre os fato. O problema é que mesmo colaborando o delator é um criminoso, e uma das regras básicas é que não podemos confiar em criminosos, ainda mais quando se dizem arrependidos e temos que buscas as provas que comprovem o delito. Um servidor público que recebeu propinas e logo depois passou a colaborar com a Justiça, como por exemplo na Petrobras, denunciou onde se recebiam esses repasses e em quais contas no exterior foram transferidos. Não poderíamos chegar nunca sem as delações. Com a posterior investigação conseguimos descobrir a rota do dinheiro, chegar até os corruptores e posteriormente aos que se beneficiaram das propinas”.
Para o magistrado a corrupção em geral “é praticada de forma profissional. No caso da Petrobras várias empresas, via contratos, pagaram inúmeras propinas. As empresas corromperam a maior empresa estatal do país e inúmeros funcionários públicos”.