Não existia saída para Palocci. Não havia luz no fim do túnel. O relato do maior “consegliere” petista superou qualquer expectativa. A delação avassaladora acaba com argumentos e desculpas petista do “não existem provas”. Estamos falando do ministro da Casa Civil, Fazenda, coordenador de campanha de Lula e Dilma e provável candidato a presidente da República em 2010 no lugar da Dilma.
As provas que Palocci irá apresentar será uma confissão completa mostrando a capacidade da força-tarefa da Lava Jato: Polícia Federal e Ministério Público.
O papel do Palocci como “tesoureiro informal” e “conseglieri” do Lula desde a primeira campanha, onde substitui Celso Daniel, é central. O “pacto de sangue” que Palocci tinha com o cacique petista foi rompido.
A defesa do Lula continua insistindo na teoria da tortura e assédio psicológico, afirmando que Palocci “inventou tudo para se defender” e que ele estaria “validando as denuncias do Ministério Público”. Para Lula, Palocci só faz afirmar aquelas denuncias já divulgadas na Operação Lava Jato. É nesse ponto que Lula está certíssimo: Palocci foi o operador direto em quase um século e meio de governos petistas. Palocci é o único personagem que pode dar um testemunho direto: pois tinha obrigação de saber, negociar e articular tudo.