Alexandre Aleluia e Marta Rodrigues esquentam debate sobre ‘Escola sem Partido’ e ‘Escola Livre’ na Super-Terça da Câmara

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

Os projetos ‘Escola sem Partido’, do vereador Alexandre Aleluia (DEM), e ‘Escola Livre’, da vereadora Marta Rodrigues (PT), tem despertado intenso debate e muitas críticas. A discussão sobre as duas propostas consideradas polemicas na sessão da Super-Terça, na tarde de hoje (21), na Câmara Municipal, se deu de forma acalorada e acirrada com enfrentamento e embate de ideias. Sob a presidência do vereador Leo Prates (DEM), os vereadores da base do governo e da oposição, além de professores e educadores que lotaram as galerias do plenário da Casa, ouviram discursos contrários e favoráveis dos parlamentares aos dois projetos.

O tema é polêmico: para os favoráveis representa o fim da doutrinação partidária que dizem presente no sistema de ensino brasileiro. Já os que criticam a proposta afirmam que ela seria uma forma de cercear o direito de expressão do professores.

Sem doutrinação

Autor do projeto ‘Escola sem Partido’, o vereador Alexandre Aleluia defende que a proposta prevê uma exibição de cartaz com deveres dos professores em defesa de uma escola livre de doutrinação ideológica e partidária com foco no ensino aos alunos em sala de aula. Em seu discurso na tribuna do plenário da Camara, Aleluia não se deixou ser intimidado pela pressão dos professores e educadores que se manifestaram contrários ao projeto, ao contrário daqueles que se posicionam favoráveis a proposta do democrata. “A educaçao na Bahia e no Brasil enfrenta um problema em que a esquerda mistura politica com tudo. A gente tem que dar um basta nisso. A nossa educaçao não pode servir a política”, defende.

Na avaliação do vereador Aleluia, o projeto é constitucional e tem por objetivo garantir o direito dos alunos de ser educados e não doutrinados. “Eu não estou propondo uma censura, nao falar obre política nas salas de aula. Não tem nada disso. Agora, o ensino real e verdadeiro deve ser respeitado e é isso que eu proponho, o resgate do verdadeiro ensino. O que está no projeto Escola sem Partido já está na Constituição, que defende o direito do aluno de ter sua liberdade e sua orientação que vem da familia protegidas”, reforça Aleluia.

Favorável ao projeto de lei ‘Escola sem Partido’, o vereador Ricardo Almeida (PSC), defende que a escola não é espaço para doutrinaçao partidária, mas local para informação e produção de conhecimento. “O professor, como profissional, tem direito de escolher o seu viés político, mas não impor isso em sala de aula. Sou contra impor a doutrinação. Na informação e na disseminação do conhecimento, o papel de informar e formar o cidadão,, o papel de questões religiosas e morais é da família e não da escola”, defende Almeida.

Raciocício crítico

O projeto Escola sem Partido, chamado pelos oposicionistas de ‘Lei da Mordaça’, impede que professores conversem até sobre temas do cotidiano com os alunos, em nome de uma suposta neutralidade política e ideológica. E instiga alunos e pais a denunciarem, anonimamente, os mestres suspeitos.

Para os que se opõem a proposta do ‘Escola sem Partido’, o projeto, em síntese, proíbe os professores de exercerem o papel de educador, restringindo as suas atividades ao repasse mecânico de conteúdos curriculares das disciplinas que ministram.

A vereadora Marta Rodrigues, autora do projeto ‘Escola Livre’, defende que o aluno é livre para estudar, produzir e debater, mas chama atenção no sentido de construir outras iniciativas para melhorar o ensino fundamental. “As ideias formam um cidadão com base e com concepção”, argumenta.

Para o vereador da oposição, Sidninho (PTN), contrário ao Escola sem Partido e defensor da proposta do ‘Escola Livre’, considera que a proposta volta aos tempos da censura. “Não podemos cercear um direito adquirido. Não se pode privar um docente do direito de educar. Não se pode robotizar e nem engessar a capacidade de raciocínio do indivíduo”, considera.

Na mesma direção, o vereador Hilton Coelho (PSOL), entende que o projeto ‘Escola sem Partido’ é inconstitucional. “O projeto entra em contradição com a Lei de Diretrises e Bases (LDB) e está baseado em ideias letais”, disse Hilton.

Meio termo

Para a vereadora Lorena Brandão (PSC), há pontos em comum sobre os dois projetos no sentido de balizar as propostas que, para a legisladora, tratam sobre o mesmo tema e que geram polêmica na sociedade. Lorena sugeriu um ponto de consenso que é o da liberdade de ensinar e de aprender ao propor a junção de um único projeto por ela denominado de ‘Escola Livre sem Partido’, ao definir até onde essa liberdade é possível.

“Os projetos podem ser unificados, porque falam absolutamente das mesmas coisas”, observa a vereadora.

A mesma posição foi defendida pelo vereador Isnard Araújo (PHS) no sentido de achar o que ele classifica de procurar um meio termo” em torno dos dois projetos.

“Acho que nós temos que buscar um meio termo. Não podemos ter uma escola com professores amordaçados como robores, mas também nao podemos ter professores livres para fazerem o que quiser”, considera Isnard.

Rafael Santana

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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