
A Polícia Federal foi às ruas de três cidades, ontem (10), para cumprir oito ordens de busca e apreensão expedidas pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A Operação Tira Teima investiga pagamentos de propinas por parte de um grupo empresarial a diversos políticos. Um dos mandados cumpridos foi na sede da Hypera Pharma, novo nome da Hypermarcas. Segundo a investigação, a propina era oferecida em troca de benefícios em “medidas de interesses do grupo econômico”, como explicou a PF em nota. A operação é decorrente da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas, Nelson José de Mello, que afirmou ter repassado R$ 5 milhões em propinas para a campanha do presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), ao governo do Ceará em 2014.
São cerca de 40 agentes da PF para o cumprimento dos mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP0, Goiânia (GO) e Fortaleza (CE). Os alvos são pessoas supostamente ligadas ao senador Eunício, que não é alvo de nenhum dos oito mandados de buscas autorizadas por Fachin. Não há ordens de prisão. As buscas ocorrem, segundo a PF, para buscar documentos e outros elementos para aprofundar a investigação. O órgão considera a notícia de doações ilegais para campanhas, que teriam sido abalizadas por meio de contratos fictícios. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2016, Mello revelou que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar repasses de propinas milionárias para senadores do então PMDB, entre eles o ex-presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).
Informações do Correio Braziliense