PF prende ex-governador Sérgio Cabral na manhã desta quinta pela Operação Calicute, nova fase da Lava Jato

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A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (17), a Operação Calicute que investiga o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões. A PF decretou prisão preventiva ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). O peemedebista estava em sua casa, no Leblon, zona sul da capital, e foi levado pela PF sob gritos de “ladrão” pelos moradores e populares do Rio.

Em nota, a PF informou que a apuração em curso identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, além de outros fatos.

Duzentos e trinta policiais federais cumprem 38 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisões temporárias e 14 mandados de condução coercitiva expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, bem como 14 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 1 mandado de prisão temporária expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

Na ação da operação são investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros. Os dezenove procuradores do MPF e cinco auditores fiscais da Receita integram também as diligências.

A Operação Calicute é resultado de investigação em curso na força-tarefa da Operação Lava Jato no Estado do Rio de Janeiro em atuação coordenada com a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.

Operação “Calicute”

A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (17) a operação “Calicute”, que prendeu preventivamente o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ao todo, a PF está cumprindo 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva e 14 conduções coercitivas. A ação é feita conjuntamente com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil. 230 policiais federais cumprem os mandados judiciais. Das diligências também participam 19 procuradores do MPF e cinco auditores da Receita.

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal do Estado pelo juiz Marcelo Bretas. A acusação é de cobrança de propina em contratos com o poder público. Cabral é suspeito de liderar grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com empreiteiras. Destes, R$ 30 milhões referentes a obras comandadas pela Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia. A PF chegou a casa do ex-governador, no Leblon, por volta das 06h.

A investigação identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais.

Além de Sérgio Cabral, a Polícia cumpre mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário do governo de Cabral, Wilson Carlos, e do ex-secretário de obras, Hudson Braga. A ex-primeira-dama fluminense, Adriana Anselmo, será conduzida coercitivamente até a sede da Polícia Federal. Cabral e os demais acusados são suspeitos de recebimento de propina em troca de concessões em obras públicas, entre elas a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.

A ação resultou de uma delação de executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. Esta última comprovou pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo. A operação se chama “Calicute” em alusão a região da Índia onde Pedro Álvarez Cabral teve uma de suas tormentas.

No início de 2016, dois executivos da Andrade Gutierrez disseram em delação premiada que Cabral havia cobrado propina da empreiteira para obras no estádio para a Copa do Mundo.

Moradores e populares se manifestam em apoio à prisão de Sérgio Cabral

A prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) motivou manifestações na porta da Superintendência da Polícia Federal (PF), na zona portuária do Rio de Janeiro. O desempregado Edson Rosa, de 47 anos, figura conhecida da jornada de protestos de junho de 2013, levou seus cartazes para a PF. “Je suis Sérgio Cabral na cadeia já”, diz uma das inscrições. “Ele é culpado dessa quebradeira do Rio, é o culpado de tudo”, disse o manifestante, que chegou a participar das ocupações na porta da casa da casa do ex-governador em 2013.

O tenente do Corpo de Bombeiros Valdelei Duarte, exonerado por Cabral em 2012 durante manifestação da categoria por melhores condições de trabalho, soltou fogos. “Eu vim aqui comemorar. Ele mandou 12 bombeiros para Bangu 1, no regime diferenciado, coisa que não se faz nem com Fernandinho Beira-Mar assim que ele foi preso. Eu sabia que a Justiça seria feita”.

Pessoas que se exercitam no Boulevard Olímpico também gritavam em direção à sede PF. “Cabral, você esperou. E a sua hora chegou”. Mais cedo, um homem ficou parado em frente à superintendência com notas de reais presas à roupa.

Foto: Reprodução/Site JornaLivre

Sobre Emmanuel

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