
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (7), a Operação Fraternos, que tem como objetivo investigar uma organização criminosa qud envolve os prefeitos dos municípios de Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. O nome da ação é devido ao grau de relação entre os investigados, que são parentes entre si e por envolver também familiares deles, segundo a PF.
Os suspeitos são Cláudia Oliveira, de Porto Seguro; José Robério Batista de Oliveira, de Eunápolis; e Agnelo Santos, de Santa Cruz Cabrália, todos do Partido Social Democrático (PSD). Eles teriam contratado empresas que eram relacionadas ao grupo familiar e fraudavam licitações, simulando uma competição entre elas. A fraude soma cerca de R$ 200 milhões.
R$ 200 mi
Este é o valor aproximado da fraude em contratos envolvendo as prefeituras de Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro
De acordo com a PF, depois da contratação do serviço, parte do dinheiro que a prefeitura repassava era desviado para “conta de passagens” de pessoas terceiras, na tentativa de dificultar a identificação do recebedor final. Geralmente, esses valores retornavam para os membros da organização. A PF afirma que em um dos casos os valores eram repassados para uma empresa de um dos prefeitos investigados.
A operação acontece também nos estados de São Paulo e de Minas Gerais. Cerca de 250 policiais federais, com apoio de 25 auditores da Controladoria-Geral da União e de membros do Ministério Público Federal, cumprem 21 mandados de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 42 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Investigações
Conforme as investigações, foi identificado uma verdadeira “ciranda de propina” que era revezada nas vitórias de contratos entre as empresas de parentes, para camuflar o esquema.
Conforme nota da PF, “em um dos casos investigados, foi observado que uma das empresas do esquema tinha como sócio um ex-funcionário de outra empresa do grupo criminoso, que teria investido 500 mil reais na integralização do capital. Os policiais federais descobriram, no entanto, que a renda mensal do ex-funcionário era de apenas R$ 800 à época”.
Conforme a PF, os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa (Art. 2º, Lei 12.850/13), fraude à licitação (Art. 89 e 98, Lei 8.666/93), corrupção ativa e passiva (Arts. 317 e 333, CP) e lavagem de capitais (Art. 1º, Lei 9.613/98).
Fonte: A TARDE On Line