
O jurista e ex-presidente da OAB Bahia, Saul Quadros, acredita que a nova Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, deve adotar uma postura mais discreta e menos midiática. Ontem, o professor da UnB e atual subprocurador-geral da República, Antônio Augusto Brandão de Aras, fez duras críticas ao ex-procurador geral, Rodrigo Janot, ao acusan-lo de dar muita ênfase aos desdobramentos da Operação Lava Jato.
“Eu acho que a procuradoria tem agido no Brasil com medidas voltadas para combater esse lodaçal de corrupção que o país está atolado, afirma Saul. “Acho que a PGR fica às vezes concentradas nos principais inquéritos, mas isso não quer dizer que ela não esteja agindo de um modo geral no Brasil inteiro e adotando as medidas necessárias. O foco que a imprensa tem dado são os trabalhos da Lava Jato, mas não significa que esteja de braços cruzados”.
Saul listou as características recomendadas para quem assume a PGR. “A figura do procurador tem que ser discreta, atuante e essencialmente técnica no que diz respeito a aplicação do direito. Não sei se Janot tem alguma pretensão política ou se isso é da própria personalidade dele, mas ele se tornou uma figura de destaque em todas as mídias. Isso não é bom para a PGR e, principalmente, da figura do procurador geral. É um cargo que deve ser de um perfil discreto”, lista o ex-presidente da OAB.
Fonte: Tribuna da Bahia