Não resta dúvidas de que as instituições de saúde sairão fortalecidas e melhor organizadas no atendimento aos usuários após a pandemia da Covid-19. O risco de contaminação pelo novo Coronavírus para equipes, funcionários e pacientes impôs a necessidade emergencial de implantação de protocolos rígidos de segurança, assim como novos fluxos e processos, que vieram para ficar tanto em hospitais quanto em clínicas e laboratórios.
“Protocolos importantes contra doenças infectocontagiosas já eram executados nas instituições de saúde, mas eles foram reforçados e aperfeiçoados e serão mantidos mesmo quando a pandemia passar”, declara Mauro Adan, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (AHSEB). Ele destaca o reforço no treinamento de equipes, assim como o aprimoramento do uso da tecnologia nos processos internos e na comunicação com o usuário, o que possibilita uma melhor interação entre as instituições e seus pacientes e familiares.

Segundo Mauro, as novas ferramentas e os novos fluxos de atendimento beneficiam o paciente à medida que garantem uma assistência segura tanto para pacientes Covid quanto para os não Covid. “Hoje os usuários das instituições de saúde confiam nas medidas de segurança adotadas pelo setor e estão voltando à regularidade dos seus tratamentos, consultas, exames e cirurgias eletivas. Eles entenderam que clínicas e hospitais precisaram se preparar e fazer investimentos altos para continuar prestando serviço num cenário de pandemia”, reforça Adan.
Alta de preços – Se por um lado a pandemia lapidou as rotinas e competências das instituições de saúde, por outro promoveu desafios relativos à retomada de sua saúde financeira que estão longe de ser superados. O presidente da AHSEB informa que, de fevereiro de 2020 a março de 2021, o aumento nos preços de materiais e medicamentos utilizados cotidianamente em clínicas e hospitais variou de 400% a 2.000%, o que compromete de forma decisiva a sustentabilidade dessas empresas.
“A alta de preços praticada por esses grupos laboratoriais foi acima de qualquer indicador econômico dos últimos 18 meses, e o governo, por sua vez, não faz um controle adequado dessa situação. Isso, sem dúvidas, vem desequilibrando economicamente muito o setor”, afirma.