
A Câmara dos Deputados aprovou, por 315 votos a 143, a suspensão da ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de integrar uma suposta tentativa de golpe. O plenário contrariou um ofício do ministro do STF, Cristiano Zanin, que defendia a limitação da suspensão apenas aos crimes de dano ao patrimônio.
O parecer aprovado, no entanto, suspende o processo para todos os crimes imputados a Ramagem, incluindo tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa: crimes nos quais até o ex-presidente Jair Bolsonaro aparece como réu.
A esquerda, liderada por figuras do PSOL e do PCdoB, protestou, mas saiu derrotada.
Ramagem foi denunciado junto com outros sete nomes, e a aprovação da suspensão reacendeu o debate sobre os limites da imunidade parlamentar. Mesmo com alertas do STF e protestos da oposição, o presidente da Câmara, Hugo Motta, acelerou o rito e barrou qualquer tentativa de adiar a votação. A decisão agora será comunicada à Corte. Enquanto isso, setores ligados ao PT acusam a votação de ferir a Constituição… um argumento curioso vindo de um partido que a rasgou tantas vezes para proteger aliados corruptos e aparelhar instituições.
O eleitor, no entanto, está atento: o desgaste da esquerda já se reflete nas urnas e nas ruas, e tentativas de transformar processos jurídicos em palanque político não convencem mais ninguém.